02/10/2025
Enriquecimento ambiental pode melhorar a saúde e o bem-estar de bezerras leiteiras, aponta pesquisa do IZ

Pesquisa realizada pelo
Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, investigou o
impacto do enriquecimento ambiental no desempenho, na incidência de doenças e
no comportamento de bezerras na fase de aleitamento, além de suas preferências
por objetos lúdicos. Coordenado pela
pesquisadora Márcia Saladini do Núcleo Regional de Pesquisa de Ribeirão Preto
do IZ, o trabalho indicou que as adaptações realizadas nos recintos dos animais
trouxeram melhorias ao bem-estar das bezerras leiteiras.
Márcia relata que a
pesquisa foi realizada em parceria com a Fazenda Sertãozinho, situada em Minas
Gerais e de propriedade de Andres Rojas, sendo
avaliadas 20 bezerras da raça Holandesa, criadas individualmente em
gaiolas suspensas, sendo utilizadas 10 gaiolas com enriquecimento ambiental e
10 sem o enriquecimento. “Para fazer o enriquecimento ambiental das gaiolas,
usamos objetos simples e de baixo custo, acessíveis para qualquer produtor.
Colocamos coçadores nas instalações durante todo o período de avaliação, que
nada mais são do que as escovas da base das vassouras. Também utilizamos bola,
bola com sino e corrente de plástico”, relata. Para que não ficasse monótono e
as bezerras perdessem o interesse, a especialista conta que a equipe revezava
os objetos a cada 15 dias. “Iniciamos com a bola, depois de 15 dias trocamos
pela bola com sino e após mais 15 dias substituímos pela corrente”, comenta.
Para a pesquisadora, os
resultados foram muito satisfatórios. “O enriquecimento ambiental contribui
para o bem-estar das bezerras e pode diminuir os custos de produção. Houve
melhora na conversão alimentar, ou seja, os animais consumiram menos alimentos
para alcançar o mesmo peso. Além disso, houve redução no escore de fezes nos
primeiros trinta dias de vida, indicando menor incidência de diarreia. Os
gastos com medicamentos para tratar doenças como diarreia, pneumonia e tristeza
parasitária reduziram em 30%, refletindo melhoras na saúde e consequentemente
no bem-estar dos animais”, explica Márcia.
A pesquisa fez parte da
dissertação de mestrado defendida por Raquel de Oliveira Andrade, do Programa
de Pós-graduação em Produção Animal Sustentável do IZ, orientada pela
pesquisadora Márcia Saladini.

Enriquecimento
ambiental no aleitamento
A fase de aleitamento
de bezerras é um período crítico, pois seu sistema imunológico ainda é imaturo.
Um manejo adequado nos primeiros meses de vida é essencial para reduzir a
morbidade e a mortalidade, impactando positivamente o desempenho e a
produtividade futura desses animais.
O método de criar
bezerras em baias individuais ainda é polêmico, já que acaba privando os
animais de expressar seus comportamentos naturais. Porém neste sistema há menor propagação de
doenças e maior facilidade para a observação individual dos animais.
O uso de enriquecimento
ambiental pode contribuir para melhorar o bem-estar de bezerras criadas em gaiolas
durante a fase inicial de vida. Essa prática favorece o desenvolvimento
comportamental e reduz o estresse até a transferência para baias coletivas,
promovendo resultados positivos no bem-estar geral dos animais.
Por Alexandra Cordeiro
Comunicação IZ
alexandra.cordeiro@sp.gov.br
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