04/07/2025
Metodologia desenvolvida no IZ promete aumentar rendimento de queijo muçarela

De origem italiana, o legítimo
queijo muçarela é confeccionado com leite 100% de búfala, tem sabor, textura e
aroma específico e agradável, além do maior valor nutricional e comercial, quando comparado ao queijo
tipo muçarela de vaca. Para contribuir
com a cadeia produtiva do leite de búfalas, o Instituto de Zootecnia (IZ-Apta),
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, realiza pesquisa
para identificar marcador genético associado com aumento do rendimento deste
queijo.
Segundo o pesquisador do IZ
Anibal Vercesi Filho, a variação genética das principais proteínas do leite
possibilita que as mesmas possam ser utilizadas como marcadores moleculares
para selecionar características específicas e serem utilizadas como ferramenta
para o melhoramento genético. “As caseínas são proteínas do leite importantes
no processo de produção de queijo. Neste estudo nós desenvolvemos e
padronizamos metodologia para genotipar o gene CSN3 da caseína em 500 bubalinos
pertencentes a criadores associados a ABCB, localizados em diferentes cidades
do Estado de São Paulo ”.do país
A produção de leite bubalino está
em constante crescimento no Brasil, que já possui o maior rebanho do Ocidente.
Segundo a ABCB (Associação Brasileira de Criadores de Búfalo), só no estado de
São Paulo, a pecuária leiteira de bubalinos cresceu 12% na última década,
chegando a 20% de aumento no Vale do Ribeira e no sudoeste paulista.
Praticamente todo o leite de búfalas produzido no país é voltado para produção
de queijo, principalmente a muçarela, e as caseínas desempenham um papel
fundamental nesse processo, pois são responsáveis pela coagulação do leite. Em
comparação ao leite bovino, o leite bubalino se caracteriza por ter maiores
teores de proteína, gordura, lactose, vitaminas e minerais, tendo proteínas
altamente digestíveis e de elevado valor biológico.
Desde 2019, o Laboratório de Biotecnologia do
Instituto de Zootecnia de Nova Odessa iniciou uma parceria de trabalhos com a
ABCB, realizando análises sobre a beta-caseína. Posteriormente o Laboratório
desenvolveu uma metodologia visando a quantificação de possíveis adulterações
no leite e derivados lácteos de bubalinos com leite bovino. Desde então, todas
as análises do país referentes ao Selo de Pureza 100% Búfalo são realizadas no
Laboratório.
Segundo Vercesi, a metodologia
desenvolvida vai contribuir para o melhoramento genético de bubalinos. “Com o
início do Programa de Avaliação Genética em Búfalos conduzido pela ABCB, foi
levantada a demanda pela Associação do estudo de genes que a priori teriam
interferência no processo de qualidade e fabricação de queijos, principal
produto do processo produtivo da cadeia de leite bubalino. Com a seleção de
animais que possuem o alelo B do gene CSN3 Kappa caseína, vai aumentar o
rendimento de queijo do rebanho, aumentando a rentabilidade do produtor”,
relata.
Laboratório de Biotecnologia do IZ
O Laboratório Genética e
Biotecnologia IZ-Apta é reconhecido pelo desenvolvimento de metodologias para
detecção de fraudes em produtos lácteos.
Pioneiro na identificação do
leite A2 no país, o laboratório realiza análises que garantem a pureza deste
leite, possibilitando sua certificação, garantindo mais segurança ao consumidor
e maior retorno econômico para o produtor. O leite A2 é livre da beta-caseína
A1, que causa desconforto gastrointestinal em algumas pessoas.
Outro destaque foi o
desenvolvimento de metodologia para detecção de leite de vaca em leite ovino,
caprino e bubalino, garantindo a pureza dos produtos lácteos.
Por Alexandra Cordeiro
Comunicação IZ
alexandra.cordeiro@sp.gov.br
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