25/04/2025
Laboratório de Genética e Biotecnologia do IZ

O Laboratório Genética e Biotecnologia do Instituto de Zootecnia
(IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
é reconhecido pelo desenvolvimento de metodologias para detecção de fraudes em
produtos lácteos. Pioneiro na identificação do leite A2 no país, o laboratório
realiza análises que garante a pureza deste leite possibilitando sua
certificação, garantindo mais segurança ao consumidor e maior retorno econômico
para o produtor. O leite A2 é livre da beta-caseína A1, que causa desconforto
gastrointestinal em algumas pessoas.
O pesquisador Aníbal Eugênio Vercesi Filho, diretor do Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento de Genética do IZ explica que durante a digestão do
leite que tenha a beta-caseína A1, forma um peptídeo, a beta-casomorfina 7
(BCM-7). “Em alguns indivíduos, a BCM-7 é considerada como fator de risco pois
pode afetar o processo digestivo e desencadear a inflamação das mucosas
gástrica e intestinal, causando sintomas como inchaço, gases, dor abdominal e
diarreia. Este peptídeo não é formado com a digestão do leite A2”, ressalta.
As análises são feitas usando técnicas de Biologia Molecular, para
detectar a presença e quantidade de leite A1 em leite e produtos lácteos A2.
Outra análise importante é a genotipagem dos animais identificando sua
constituição genética - A1A1, A1A2 ou A2A2. “Com estes dados conseguimos
fazer um mapa genético dos animais indicando um programa de melhoramento e
formação de rebanho que produza apenas leite A2. A genotipagem é fundamental
para o produtor que quer iniciar a produção desse tipo de leite, porque ele
poderá traçar a melhor estratégia para separar os animais e produzir esse
produto de maior valor agregado”, comenta Vercesi.
No laboratório também são realizadas análises para detecção e
quantificação de leite bovino em produtos lácteos de búfalas, cabras e ovelhas.
Com o maior valor agregado nos leites de búfalas, cabras e ovelhas alguns
produtores e latícinios não idôneos acabam misturando leite de vaca
e vendendo como se fossem produtos puros. Vercesi relata que o IZ é referência
nos exames para certificação da pureza de lácteos bubalinos e em parceria com a
Associação Brasileira de Criadores de Búfalos – ABCB é responsável pelo Selo de
Pureza – 100% Búfalo ABCB. “A certificação garante maior segurança alimentar,
agregação de valor e rastreabilidade do produto, favorecendo todos os elos da
cadeia produtiva”, afirma.
A metodologia do IZ se fundamentou em avaliar diluições decrescentes seriadas
do número de cópias de DNA de bovino em amostras de leite de búfalas,
possibilitando detectar a sensibilidade exata do teste. A técnica permite
analisar vários produtos como mozzarella sólida, mozzarella bola, queijo
burrata, coalhada, creme de ricota, doce de leite, queijo minas frescal,
manteiga, queijo cottage, requeijão e ricota fresca.
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