17/03/2025
Em meio às mudanças climáticas, Governo de SP aposta em novas cultivares e linhas de crédito para irrigação

Neste 16
de março, Dia Nacional sobre a Conscientização das Mudanças Climáticas, setor
agrícola reflete sobre os efeitos do clima na produção
A Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de SP promove, por meio de seus
institutos e coordenadorias, ações para o enfrentamento dos efeitos das
mudanças climáticas, a fim de garantir a produção de alimentos em território
paulista de forma sustentável com bons níveis de produtividade.
Por meio do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios, a Secretaria de Agricultura identifica e desenvolve plantas
forrageiras, mais adaptadas às mudanças climáticas, com maior eficiência no uso
de nutrientes e que impactam positivamente o meio ambiente.
Isso só é
possível graças ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG), do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de Pastagem e Alimentação Animal do IZ. Vale destacar que o BAG
conta com 2000 genótipos de plantas forrageiras armazenados em sementes e um
herbário com 1830 espécies. “Estamos atentos às mudanças climáticas,
assegurando a produção de alimentos com cultivares mais adaptados ao aumento da
temperatura, às variações de chuvas e aos eventos climáticos extremos”, destaca
o secretário de Agricultura e Abastecimento de SP, Guilherme Piai.
O Instituto
Agronômico, também vinculado à Apta, desenvolve soluções tecnológicas, por meio
da genética, em um contexto de mudanças climáticas e da crescente demanda
mundial por alimentos. O Programa de Melhoramento Genético do Feijoeiro do IAC,
por exemplo, com as duas cultivares IAC VU 211 Bamboo e a IAC VU 212 Red
Bamboo, atendem mercados como a China e a Índia.
O IAC também
desenvolve porta-enxertos, parte inferior da planta para a produção de mudas,
que se destacam pela maior tolerância ao estresse hídrico, ou seja, quando há
pouca disponibilidade de água. Os materiais, importantes para a citricultura
paulista – uma das principais atividades agrícolas do agro paulista, são:
Citrandarins IAC 3128, Guanabara, IAC 3152 Itajobi, IAC 3026 Santa Amélia, IAC
3010 Pindorama, IAC 3070 Capão Bonito e IAC 3299 Muriti.
Além da vantagem
em relação à falta de água, os porta-enxertos permitem a diversificação de
variedades nos pomares brasileiros com alta qualidade da fruta para a indústria
ou para o consumo in natura. Mas as pesquisas vão muito além, o IAC também
desenvolve tecnologias para produtos como amendoim, milho, mandioca, café,
batata-doce e cana-de-açúcar.
Irrigação
Para aumentar a eficiência no uso de água e mitigar os efeitos da estiagem,
SP disponibilizou uma linha de crédito de R$200 milhões para irrigação pelo
Programa Irriga + SP, parceria entre a Secretaria de Agricultura e a Desenvolve
SP. Os recursos são destinados a projetos com foco na implementação de sistemas
de irrigação, energia fotovoltaica e agricultura de precisão. A iniciativa
pretende garantir a produção de alimentos e o desenvolvimento regional em um
cenário de eventos climáticos extremos.
O objetivo da linha,
recurso do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), é dobrar as áreas
irrigadas do estado em 4 anos e alcançar 15% em 2030. Hoje, de acordo com a
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), áreas
irrigadas produzem mais de 40% dos alimentos mundiais. O Atlas da Irrigação, da
Agência Nacional de Águas (ANA), prevê uma incorporação de 4,2 milhões de
hectares de área irrigada até 2040 no país.
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